sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Quem inventou o desespero de um estudante?

Hermanos, voltei. Uma semana sem escrever, já estava com saudade. Acontece que tirei folga da Tv esses dias. E como meu Pc está em greve desde o ano passado... Fiquei sem acesso à net. Enfim... Vim aqui dizer que minha vida dá um filme. Clichês à parte, é sério. Uma vez, escrevi um texto (clica aí, Zé!) em que narrei um dia daqueles, em que tudo dá errado, você se fode mas dá boas gargalhadas no dia seguinte. Mais ou menos o que aconteceu ontem.

Tinha de entregar um trampo. Na verdade, apresentá-lo. Daí, estava tudo preparado com uns dois dias de antecedência. Aconteceu que ontem, uma gata me pediu o pen drive emprestado. Véi, quem é que recusa algo, quando aquela mina dos cabelos dourados chega, pedindo? Cara, eu quase pude sentir o cheiro (ou seria o gosto?) do batom dela... Quase pude ouvir sua voz, sensual, dizendo: "- Amooorrr... Me empresta o teu pen drive?". Zé, saca quando tu viaja assim, e se pega pensando no canto da sereia, e acorda todo babado e com o pimpolho de olho no que pode acontecer? Pois é... Daí, num salto corri lá no outro lado da sala e dei o pen drive antes mesmo que ela pedisse. E voltei a curtir meu sonho.

Acabou a aula, tive de correr para o laboratório de rádio, aonde haveria uma espécie de debate com um produtor. Lá pelas 10 horas, lembrei por acaso que o trampo que eu tinha de apresentar à noite estava no pen drive. "Bobagem", pensei. "Assim que acabar isso aqui, procuro a moça dos finos traços e peço gentilmente de volta o aparelho." Então, né... Não teria graça se tudo se concretizasse conforme nós pensamos...

Acabou o debate, saí do laboratório e fui procurar pela donzela. Uma amiga em comum, enquanto conversava com outros companheiros de luta, me dá a feliz notícia: "Ah, ela já foi... E faz tempo! Disse que ia levar teu pen drive pra copiar umas fotos..."

Nãããããããããããooooooooooooo !!!!!!!!!!!!!!!!! Pooooooooooooorraaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!

Puuuuuuuuutaaaaaaaaaaa queeeeeee Paaaaaariiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuuuuuuooooooooooooooo!!!!!!

É engraçado. Nos momentos de pior aperreio, a gente costuma correr pro banheir0, né? Uma dor de barriga (que é o pior momento da vida de qualquer pessoa... Zé, me lembra de contar sobre meu primeiro dia de repórter... Dor de barriga, chá de cadeira, ônibus demorado, 1 hora de distância entre eu e o banheiro... Assunto pra dar risada até o fim do ano!) , uma raiva grande e a vontade de suicídio, tá atrasado pra se encontrar com a gata... A gente costuma correr pro banheiro pra se esconder, pra buscar solução, pra se ver no espelho e perguntar:'E agora? O que é que eu faço?' O quê? Você não faz isso? Não entra no banheiro e conversa consigo mesmo? Não sabe o que perde.

Enfim, após gritar uns trocentos palavrões no corredor, fui ao banheiro. De lá, liguei pra garota.
"-Querida, você já foi embora?"
- Quem tá falando?
-Eu... É que você levou meu pen drive, e eu vou precisar dele... Agora...
-Ah, é?
-Na verdade, se você pudesse só me mandar um arquivo por e-mail, pra mim tá bom...
-Ok, só que não tô em casa agora, certo? Só à tarde.
-Tudo bem. Até as 5, você me manda, pode ser?
-Pode.
-Ok, brigado."

Ufa. Resolvido, né? Ela manda por e-mail, eu apresento, recebo minha nota 10, corro pro abraço... Óbvio que não. Senão, com o que é que eu irira ganhar a vida? Senão, o que levaria você a clicar nos anúncios embaixo deste post? Pois é...

5 da tarde, ela me liga. Eu dito o caminho pra chegar até o arquivo. Porém...
"-Querido, num tá aqui não.
-Como é que é?
-Querido...
-Não, o arquivo não tá aí?
-Não...
-...
-Alô?
-Sim, tô pensando no que fazer: me mato com veneno, ou me jogo embaixo do bus?
-Era pra hoje o trampo?
-Era. Era."

Resumindo: FODEU, neguinho!

Pensei, então, no improvável: "No mínimo, devo ter salvo no Pc da Facu, ao invés de salvar no pen drive. Nunca me aconteceu, mas, quem sabe hoje, né? Ok, então. Vou pra facu mais cedo, e busco o arquivo no Pc em que fiz o trampo.

Ah, a esperança... Tão linda, e tão irônica. Eu estava vendo o jogo Benfica x um time com nome de remédio. No momento em que Nuno Gomes fez o 1º gol, terminei de me vestir e desliguei a Tv. Fui à facu, cedíssimo. Daí, aquele trajeto conhecido: A pé até a Avenida, lá pulo dentro de um trambolho hiper-lotado... E perco uma hora e pouco da minha vida no trânsito. E me corroendo por dentro, o desespero quase (quase?) batendo.

Chego na facu Às 18:30. A entrega do trampo é às 19. Corro até o laboratório e... LOTADO! E o Pc que eu usei para fazer o trampo, ocupado. Então, fui fazer outras coisas, pra o tempo passar e eu esquecer aquela aflição.

Sou bolsista, o governo paga pra eu estudar. Daí, todo semestre tenho de assinar um termo, para revalidar a bolsa. Eu juro, juro mesmo, quero que um raio te parta no meio, Zé, se for mentira (e olha que tem muita gente que adoraria te ver tostado, mas eu não. Justiça é a divina, sempre me disse minha mãe.). Eu vi anexado pelos cantos que era época de assinar o termo. Então, vou na secretaria e me deparo com outra fila, outra lotação, outro aglomerado de gente querendo fazer ao mesmo tempo, a mesma coisa, com a mesma pessoa, na mesma pressa que eu! Respiro fundo, e me encosto ao fim da fila. Aguardo meia hora. Quando chega minha vez, a moça me olha meio estranho e indaga: "Financiamento?" E eu: "Não, bolsa". "Ah, filho, então não é hoje. É só daqui a duas semanas!"

Caaaaaraaaaalhooooooooooo!!!!!!!!!

Ótimo. Pois me deixa assinar logo, pra não precisar encarar fila outra vez... Lógico que ela não deixou e ainda pediu que eu me retirasse.

Zé, você tá contando aí, a quantidade de coisa, num dia só? E enquanto isso, você aí, sentado na sua poltrona, tomando café, talvez... Falando ao telefone... Dando ordens a alguém. Tua conta bancária, tem mais zeros do que tinham meus boletins de Física e de Matemática no ensino médio, juntos. E eu sofrendo com trabalho pra entregar... Santa tartaruga (a mesma que vai ser campã de F1...), olha por mim!

Fui então ao laboratório. E vi o que esperava: vazio, todos correram pra suas salas. Fui ao Pc em que havia feito o trabalho. E... Nada. Revirei todo o trambolho, nada. Lixeira, Documentos compartilhados... Nada. Achei um jogo de futebol (jogos são estritamente proibidos! Causam até expulsão do laboratório...) mas não achei o trabalho. Então, foi isso. Após verificar que pular do quinto andar não surtiria efeito, já que não havia ninguém em casa disposto a ir me buscar no hospital com múltiplas fraturas, decidi encarar a professora e contar minha história. Quem sabe, fazendo aquela carinha do gato do Shrek, ela me dê uma chance... Ou então, pegue logo uma foice e me corte os pulsos.

Pra encerrar: a professora aceitou que eu enviasse o arquivo hoje. Êba...
Update: a Gatinha me trouxe o pen drive e eu então tive vontade de espancar o pequeno aparelho que se negou a mostrar o ícone do programa em que fiz o trabalho, e no lugar, criou um ícone com base na primeira página do trabalho, motivo pelo qual a bela moça não o encontrou (eu não lembrava o nome do arquivo, falei um monte de coisa parecida, mas nada que levasse ao nome de verdade). Enviei e tô aguardando a resposta da professora.

Pois é. Vou nessa. Já já começa a monitoria de Tv. Tô com saudade de lá, também. Sabe, tem uma loirinha... Deixa pra lá. Fica pra próxima! Valeu, Zé! Viva la vaca!

Um comentário:

  1. Me sinto por mal por ter sido pivô dessa situação, mas fico ainda mais feliz por estar participando deste texto >,<. Amei, ri muito, até agora estou com dores de tantos risos, mas é pqê tu se garante mesmo! <3

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Comentem, pra eu saber que não tô escrevendo só pra mim mesmo. Ah, deixe e-mail, pra eu poder responder, beleuza?