sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Quem inventou piada de português

Eu estava aqui, com minha fome e minhas pesquisas a fazer. Já nem lembrava de escrever pra cá. Sério. Final de semestre é foda. Antes, eu vinha pro blog porque não tinha porra nenhuma pra fazer. Agora, é tanta coisa, tanta entrevista, tanta edição, tanta transcrição, tanto Word, tanto ctrl+c e tanto ctrl+v... Enfim... Daí, que vem uma alma caridosa e me lembra de ontem...

E ontem, tinha de ter sido mesmo quinta-feira. Porque as coisas só acontecem nas quintas mesmo... Ou nos sábados, dependendo do teor alcoólico...

Tivemos aqui na facu a visita do pessoal do MEC, pra fazer a avaliação institucional. Não vou me prender nos detalhes da briga que eu e meus amigos de comunicação social pegamos com os imbecis alienados dos outros cursos. Mesmo porque, engraçado foi um português que estava lá, representando o curso de Administração...

Primeiro, que tinha que ter um portuga, né... Ainda não sei de onde tiraram aquele figura... Bom o fato é que os professores do MEC perguntavam sobre a biblioteca da facu, se nós tínhamos algo a falar, alguma reclamação... Daí, o portuga pega o microfone e manda essa pérola:

( Com um sotaque português beeem carregado: ) ” – Ora, pois, eu não tenho de que reclamar da biblioteca daqui, pois é muito parecida com as de Portugal. Acho que ela é boa, pois possui livros. Igual a Portugal.”

Putz... Todo mundo riu, e o cara ficou lá, olhando pros lados e perguntando: “ – Quê que há? Quê que há? Qual foi a piada?”

Bom, a piada veio depois. Eu passei na TV, pra pegar pilhas pra minha câmera (trampo pra fazer e minhas pilhas são mais preguiçosas que eu. Trabalham não.). Daí, entrei sem bater, e ouço aquele alvoroço, os caras clicando lá no pc, movendo cadeira de lugar... Daí, um dos caras fala: “ – Ah, é o Playpobre... Continua aí!”

Fiquei sem entender, até que o outro deu o play. Estavam ouvindo piadas. Não tinham o que fazer, mas, mesmo assim, serem pegos ouvindo piada dentro da facu pela professora responsável pela TV na teórica hora de trabalho poderia gerar um problemão... Enfim... Decorei essa pra vocês:

O português foi convidado pra uma suruba ( e só o fato de convidarem um portuga pra uma suruba já é uma baita duma sacanagem, né...). Aí, ele vai todo empolgado e talz... Passa umas duas horas lá, ele grita, no meio do salão, (todo mundo já quase exausto de tanto... hãn... vocês sabem...). Bom, o portuga grita: “ – Ora, pois, pessoal, vamos organizar esta suruba, ôpá! Eu já levei umas 5 varadas no curral e já tive de sugar uns 7 canudos! Tá na hora do portuga se dar bem!”

Cri..cri...cri...

É, não teve graça. Eu sei. Mas na hora teve. Porque lembrei do portuga falando da biblioteca de Coimbra e quase me caguei de rir... Merda. Vou tentar de novo, na próxima.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quem inventou Bukowski?

"O orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região glútea de um indivíduo em alto grau etílico, deixa de estar em consonância com os ditames referentes ao direito individual de propriedade."


Quem inventou Bukowski?


Já tem uma semana, estou lendo "Pulp", a última obra do velho safado. E gamei. Tô fissurado na literatura bêbada do cara, e tipo, bem ao meu modo, tento 'Bukowskizar" o mundo.

Meu irmão foi a primeira vítima. Fiz ele trocar Arnaldo Jabor (eca!) por Nick Belane. Pobre criança... Não bastasse ter feito ele ver o último filme do Zé do Caixão, agora o corrompi de vez! Se ele não vir a querer ser publicitário ou jornalista quando crescer... É pq tem (muito) juízo!

Daí, dia desses, visitei meu brother no Instituto onde ele estuda. Compro duas cocadas de chocolate, e com a boca cheia de cocada (e de chocolate), convido uns amigos (e ele) para verem um filme aqui na facu. Valendo certificado de atividade extra, a galera topa até levar injeção na testa.

No dia da exibição de cinema, os caras aparecem. Bem atrasados, verdade. Queriam ver as gatinhas dos corredores, só viram o breu da sala improvisada do cinema e os tapas que eu dei no meu irmão, zoando ele, o filme todo.

Termina o filme, estamos todos indo pra casa. Paramos na escadaria da facu.

Um dos caras tira então, da mochila, o livro "Veronika decide morrer" de Paulo Coelho (eca!)

Daí, eu lanço meu olhar Bukowskiniano, e disparo as palavras, dignas de Nick Belane, o melhor detetive de L.A.:

"Pô, meu, Paulo Coelho? Vai pra puta que pariu e joga esta porra fora! Cara, se matassem Paulo Coelho, Jô Soares e Arnaldo Jabor, seria um bem que fariam à humanidade!"

E o cara, meio abobalhado, sem entender minha reação inusitada (e violenta) por conta do singelo livrinho em sua mão, permanece imóvel, esperando o "Olha a pegadinha do Faustão..."

Então, aproveito a fraqueza verbal do cara e continuo:

"Cara, conselho de amigo: leia Bukowski! O cara é um gênio! Ele faz você se embriagar sem precisar tocar em um mililitro de álcool! Leitura obrigatória para esta geração perdida a que nós pertencemos!"

Nisso, vem subindo as escadas o meu amigo Vampiro Anêmico, que me emprestou o livro sagrado derradeiro da literatura Bukowskiniana e me incentiva a cada dia a compreender melhor o velho Buk. Então, cheio de alegria, volto-me para aquele que me abriu os olhos à luz da qualidade literária, e já imaginando uma reação semelhante à minha, pergunto a ele:

"Vampiro Anêmico, olha só, o cara está com um livro do Paulo Coelho! Rá! O que você faria se tivesse um livro desses na sua mão?"

Eu imaginei um monte de coisa: imaginei ele dizendo que iria fazer picadinho daquela porcaria, que iria fazer dele encosto pra porta, que usaria como papel higiênico, que iria reciclar pra imprimir alguma obra de Bukowski... Maaasss... O que ele diz..?

"Cara, eu leria este livro, pq ele É um BOM livro."

PÁÁÁÁÁÁÁ!!! Hadou-ken! Kamehameha! Mostra o cavalinho pro Playpobre que levou um toco histórico na frente dos amigos...

E seguiu seu trajeto. E eu fiquei lá, com cara de bunda de velha após acordar da soneca que tirou sentada em cima do velho gato de estimação...

E Bukowski? Continuo lendo e me acabando de rir da semelhança mórbida existente entre as maluquices desastradas de Nick Belane e minha facilidade de conseguir momentos historicamente constrangedores.


Até a próxima sexta!


"Eu tinha talento, tenho talento. Às vezes olhava minhas mãos e compreendia que podia ter sido um grande pianista. Mas o que tinham feito minhas mãos? Coçado o saco, preenchido cheques, amarrado cadarços, puxado descargas de banheiro etc. Desperdicei minhas mãos. E minha mente." - Bukowski, Charles. Pulp, L&PM, 2009 - pg 11.